Se pudéssemos atribuir ou mensurar qual seria a maior invenção que a humanidade já teve, com certeza o papel estaria no rol das mais relevantes.
Hoje, é indiscutível a necessidade desse suporte no nosso dia-a-dia.
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Desde a sua invenção não surgiu nenhum outro material tão versátil, resistente e barato como o papel para o registro da escrita. Por isso, sua descoberta é tida como um dos passos mais importantes do homem rumo ao progresso.
Falar do suporte papel é quase o equivalente a falar da cultura do papel. É certo que a cultura, enquanto expressão da racionalidade e da sensibilidade humana sucede, de milênios, não apenas a invenção do papel como a da própria escrita.
Pois o homem, desde o seu estágio mais primitivo, sempre buscou meios de registrar e conservar suas memórias. Primeiramente, o modo de preservação era com a transmissão oral entre os membros de uma mesma comunidade, depois por
meio dos símbolos e desenhos.
Nesse sentido, o registro e a conservação da memória desempenharam e ainda desempenham os fundamentos de toda e qualquer atividade humana, porque a existência de um grupo social seria inviável sem o registro de seu legado.
Ainda nesse contexto, o registro da memória, e, consequentemente, sua transmissão, foi fundamental para o desenvolvimento da sociedade humana, pois foi por meio dela que se pode definir o homem como ser social, fazendo parte de sua
essência, através da consciência de si próprio e de sua existência, conferindo-lhe propósito e, por conseguinte, habilidade de manipulação de dados a serem usados no contínuo processo de sobrevivência, evolução e preservação.
Dessa forma, na medida em que o homem emergia de seu estado primitivo, sentia a necessidade de registrar seu conhecimento de modo mais duradouro. Para isso, os mais curiosos materiais foram utilizados para o desenvolvimento de sistemas de comunicação. Entretanto, os mais antigos rastros deixados pelo homem que comprovam sua tentativa de registrar ideias são as pinturas rupestres produzidas no período Paleolítico.
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Nos últimos cinco mil anos uma vasta gama de materiais foi utilizada como suporte para a escrita. Contudo, é forçoso ressaltar que a evolução dos suportes está intrinsicamente relacionada com a evolução da própria escrita. Com isso, se permitiu que fossem detectados sinais de progresso paralelos em regiões distintas de uma mesma época, pois nas sociedades antigas que chegaram a experimentar algum modelo de organização da informação pelo registro da escrita, essa se desenvolveu em função dos suportes existentes.
Inventado nos primórdios da era cristã pelos chineses, o papel percorreu um longo caminho, passando por parte da Ásia, África até chegar à Europa pelos árabes. Daí, as transformações ocorridas na Europa a partir do século XV revolucionaram o modo de como esse suporte foi empregado.
Até o período da Idade Média a arte de escrever era manuscrita e praticamente restrita aos membros da Igreja Católica (Clero). Com o declínio da Idade Média e o advento da Renascença o uso do papel se popularizou passando a ser empregado também nas artes plásticas. Além disso, a invenção da impressa por Gutenberg possibilitou reprodução dos textos, contribuindo para o barateamento desse material. Mas o papel somente passou a ser fabricado em escala industrial a partir da Revolução Industrial, mantendo-se a sua constituição praticamente inalterada, de lá até hoje